sábado, 19 de setembro de 2009

PADRE... PAI



Paternidade espiritual. Percebo que está acontecendo um fenômeno em nossa Igreja Católica. Nossos sacerdotes não estão querendo, mas se ver ou serem tratados como pais. Talvez irmãos, amigos, mas não pai.
Sei que isso da paternidade espiritual já existia desde o tempo de Abrão, quando ele tornou-se Abraão, pai de muitos filhos. Daí o sacerdote passou a ser nosso pai. Não sei se antes disso a filiação e paternidade espiritual já existia. Mas tudo bem. Não sou teóloga, e coloco somente aquilo que tenho conhecimento.
Mas também não sei se diante do fenômeno da nova família, de perfil da nova família, ou seja, em nossos dias a família: pai, mãe e filhos vivendo sobre o mesmo teto, já é coisa que está tornando-se cada vez mais rara, e o Espírito Santo acompanha a evolução da humanidade. Como disse: o Espírito Santo é um dínamo, Ele não é uma Pessoa estática. O que significa isso? Se o Espírito Santo perceber a necessidade de uma mudança, e mudança radical quanto à Igreja estar mais próxima dos seus, como irmã e não mãe, por que não? Ser irmã também é uma função abençoada e ela se aproxima mais de seus fiéis, digamos assim.
Não sei se essa linha sacerdotal que defende a irmandade espiritual, ao invés da paternidade espiritual seja algo contrária a Vontade do Pai, somente o tempo dirá isso. Mas o que sei é que sou do tempo em que Padre significava radicalmente pai e pronto. Tenho meus sacerdotes como pais espirituais. Embora os veja como homens, mas ainda vejo neles alguém com uma sabedoria divina, dada pelo sacramento da Ordem que os difere dos demais.
Sei que as mudanças são necessárias. Sei que nós em nossas acomodações preferimos ter pais espirituais, pois também nos ensinaram assim. Mas como somos de tempos tradicionais e sei que determinados paradigmas e tradições podem e devem ser mudados de acordo com a NECESSIDADE DA HUMANIDADE, então se essa for a Vontade do Pai a respeito de Sua Igreja, quem somos nós para querermos ser mais sábios que o Pai? A Igreja não pertence somente a nós, temos uma cabeça, A CABEÇA, que é Jesus e sinto que devemos rezar muito em torno das mudanças que já estão ocorrendo em nossa Igreja, e que nós peçamos discernimento ao Espírito Santo e que não sejamos impecilho em relação às coisas secundárias, que de alguma forma poderão trazer as ovelhas mais para perto do pastor.
Mudanças, à humanidade viverá e passará, e a verdade quer gostemos disso ou não, é que tudo está mudando, se para melhor ou pior eu não sei, mas as mudanças estão aí e a Igreja sendo até agora Mãe e talvez venha a ser Irmã, deve acompanhar as mudanças desde que sejam benéficas à humanidade.
Não sejamos cabeças duras e queiramos que o Espírito Santo siga somente aquilo que conhecemos e por isso fechemos os olhos às dificuldades de nossos irmãos e de outras famílias que de alguma forma precisam ser aceitas e acolhidas pela Mãe ou Irmã Igreja.
Fui criada vendo a Igreja como Mãe e os sacerdotes como pais, mas se houver uma mudança e se for para melhor, digo somente isso: SEJA FEITA A VOSSA VONTADE Ó SENHOR! Pois sei que as portas do inferno NÃO prevalecerão sobre a Igreja. Sei porque Deus assim o quis, e falou. Se Deus falou está falado.
Abraço. Lourdes Dias.

4 comentários:

  1. Eu sinto falta de sacerdotes que se põem como Pais espirituais. Acho que tudo muda menos a necessidade que temos de pai e mãe. vejo pelas minhas crianças (as crianças com as quais trabalho) elas todas são carentes de bens materiais, mas a maior carência delas é de Pai e Mãe de verdade e isso deixa nelas marcas negativas tão profundas que muitas estão se perdendo... e na vida espiritual não é diferente... precisamos de sacerdotes que sejam Pais, que saibam nos orientar conforme nossas necessidades. irmãos também educam e cuidam, mas não tão bem quanto um pai e uma mãe. ( salvo raras excessões).

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  2. Obrigada por suas palavras. E penso assim também. Mas estamos vivendo algo muito novo em nossa sociedade, mesmo não sabendo se é prá melhor, mas a realidade está aí. A Igreja também está mudando como um todo. Não sei se veremos grandes mudanças já em nossos tempos, mas pelo visto isto já está acontecendo. E concordo com você em gênero, número e grau. Abraço. Lourdes Dias.

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  3. Senti medo ao ler toda essa mudança que supostamente já começou. Medo de um esfriamento maior na Igreja.Precisamos desse referencial "correr para os braços do Pai ", e nossas carências. Moda também afeta a Igreja e destrói o que é sólido. O conceito de paternidade é algo sagrado para os fiéis.Acho que tem outras coisas mais importante para ser trabalhado na Igreja.Como, por exemplo, acho pequena a fila da confissão.O que acontece? Onde estão os nossos Pais espirituais quando os procuramos. Os irmãos vão aparecer mais?Como um boa cabeça dura que sou vou começar a rezar para aceitar sem esfriamento de minha parte, caso haja mudança. Anonimo XY

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  4. Obrigada pela visita. Volte sempre.
    Abraço fraterno. Lourdes Dias

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