terça-feira, 29 de setembro de 2009
NADA DE PROFESSORA ATRÁS DA MESA...
Já fui catequista, e nada daquelas tradicionais, nãooo...
Primeiro não queria nada daquela mania de professor atrás de sua mesinha e alunos à frente, quietos e bem comportados.
Quando estudava o que eu devia dar para as minhas crianças? Pensava comigo mesma, como eu gostaria de ser tratada numa sala de aula, assim vou tratá-los.
Meu objetivo maior como catequista era passar todo amor que Jesus tem pela humanidade e como Jesus ama a cada um de uma maneira única e especial. Para isso eu tinha que amar muito a Jesus e as crianças. Eram poucas as crianças as quais eu tinha que ensinar, portanto era facinho fazer isso.
Comecei fazendo assim.
Primeiro: Fazia com que eles participassem ao máximo do assunto ou tema a ser tratado. Recortávamos revistas, jornais, fazíamos murais. Deixava que eles se virassem e o tal mural saía até o final da aula.
Eram poucas aulas na semana, e pouco tempo de aula, daí ficava difícil passar tudo o que eu queria.
Segundo: comecei a perceber que algumas crianças estavam muito dispersas e fui observar com todo cuidado até descobrir o que estava acontecendo. Não era que a catequista era chata, ou o assunto desinteressante, elas somente estavam com fome. Só isso! Daí passei a trazer lanches para elas e a fazer piquenique em sala de aula, para fazer com tudo fosse uma grande festa. Rezávamos antes de comer. Agradecíamos pelo alimento, cada um com suas palavras. Minha oração era decorada, minha mãe me ensinou assim: “Senhor, obrigada pelo alimento que foi nos dado sem nós merecermos, e que o Senhor nunca deixe faltar em nossas mesas, nem nas mesas de nossos irmãos. Amém. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”.
Ensinei-os a rezar assim, mas gosto de orações espontâneas.
Terceiro: Fui procurar conhecer os pais e a vida das crianças fora da sala de aula, ou da sala de catequese.
Alguns mal tinham o que comer. Outros tinham que cuidar dos irmãos mais novos para que a mãe pudesse trabalhar, já que não tinham pais. Outros mal sabiam ler e escrever.
Quarto: Procurei encaminhar os pais alcoólicos para o AA. Caso quisessem se curar.
Quinto: Procurei psicólogos e fonoaudiólogos para as crianças que não sabiam ler ou escrever.
Sexto: Ensinei-os a amar e respeitar seus pais, independente de quem eles fossem ou de como fossem.
Sétimo: Ensinei-os a colocar espontaneamente diante do Santíssimo, quais eram suas reais dificuldades para que todos em oração pudéssemos rezar por cada necessidade, e aquelas que não pudéssemos resolver, somente entregávamos a Deus, e Deus resolvia por nós. Ajudei-os a acreditar num Deus Amor e não num Deus castigador.
Oitavo: Ensinei-os a amar e a respeitar seus professores, embora se eu fosse as crianças, não conseguiria fazer isso, tal ruindade eles eram. Mas nunca falei isso para eles. Ensinei a respeitá-los e pronto.
Nono: Eduquei-os para serem mais aceitos pela sociedade. Ensinei-os a não falar palavrões. Ensinei-os a como perder o hábito disso. A cada palavrão falado, uma Ave- Maria rezada. 10 palavrões=10 Ave-Marias... Rsrsrs... Resolvi isso rapidinho.
Deixaram o mau hábito muito rápido.
Décimo: Praticávamos esportes, tipo: judô.
Fazia com que eles amassem a aula e não achassem tudo muito igual e portanto tudo muito chato.
Eles com certeza saíram melhores da catequese do que quando entraram.
Pelo menos mais educados e lendo, o que achei fantástico.
Não basta ensinar é preciso entrar na realidade dos alunos.
Abraço. Lourdes Dias.
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