domingo, 20 de setembro de 2009

ÁGUIA OU GALINHA? A ÁGUIA E A GALINHA... Frei Leonardo Boff.


Um dia decidi dar de presente este livro para o Monsenhor Francisco Cândido. E disse a ele assim: Pe.? O Espírito Santo mandou que eu lhe falasse para ler esse livro: A Águia e a galinha de Leonardo Boff. Ele riu e deve ter pensado assim: como é que o Espírito Santo mandou alguém me dizer alguma coisa, se esse livro parece-me que nem existe? E disse-me assim: Esse livro não existe, menina.”
Fui à livraria mais próxima e encontrei o tal livro e dei de presente com a dedicatória: “Não sei o que o Espírito Santo quer do Senhor para pedir-lhe para ler esse livro, e como não o li e nem sei do que se trata, somente estou cumprindo ordens. Espero que o Espírito Santo o ilumine.”
Foi mais ou menos isso que escrevi, pois faz muitos anos e nem me lembro direito.
Mas sei que resolvi pensar em como sou: sou águia ou galinha?
Cheguei à conclusão que estava vivendo somente como galinha embora meus pensamentos sempre fossem de águia. Sou tipo contemplativa, sou feita para o alto e para as alturas.
Fui criada para ser galinha, pensava eu:
Ser subserviente, obediente ao extremo.
Ser sem voz e nem vez... Obedecer.
Receber o pão de cada dia, sem muitos esforços, tipo milhos jogados para as galinhas.
Criada numa redoma ou cercado, cheia de limites impostos.
Sufocada pela mediocridade.
Cheia de complexos por conta disso.
Levada a viver uma vida medíocre e sem nenhuma expectativa de mudança.
Enfim pensem em galinha... Pensem em Lourdes... Rss... Rindo porém sem achar graça nenhuma, nesta desgraceira.
Mas fui criada assim.
Então pensei: devo ser isso mesmo, sou apenas uma galinha sonhando em ser águia. Sonhando com o infinito e com as alturas.
Daí cheguei à seguinte conclusão: fui criada no meio de galinhas e me fizeram crer que era como elas. Tiraram de mim o mais belo, que era sonhar com as alturas e tentar voar. Cortaram minhas asas para que eu parecesse com galinha e assim todas as vezes que tentava levantar vôo, claro que não conseguia. E pensava: Boba! Uma galinha querendo voar, coisa mais ridícula essa!
Depois fui vendo que estava fora de meu habitat natural. O galinheiro não é nem nunca será meu habitat. Aquilo para qual fui criada.
Penso que tem pessoas que são galinhas e podem até ser felizes assim, mas essa não parece ser minha condição.
Vivi na condição de galinha e fui muito infeliz, agora vou tentar levantar vôos e quem sabe vôos mais altos. O mais alto que eu puder ir. Tentar não custa, né mesmo?
E você? Já fêz suas escolhas. Ser um pouco de cada é muito bom e é ponto de equilíbrio segundo Leonardo Boff.
Mas meu momento é de águia.
Abraço. Lourdes.

2 comentários:

  1. Lourdes, sempre falo em casa que cortaram as minhas asas no toco, e ainda amarraram uma bola de ferro no meu pé para garantir que eu não voasse.Mas meus pensamentos vivem lá nos penhascos, como uma águia a olhar, dona das alturas. Sonho com esse voô. Será que um dia terei coragem? Quantos já morreram com este sonho? Dor psiquíca existe, eu sei. Por enquanto
    só sonho, os muros são altos

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  2. Estou fazendo terapia prá resolver justamente isto. Saber e aprender como voar e quando aprender te ajudarei com isto tá bem? Abraço e obrigada por partilhar coisas de sua alma, tão santa e delicada, independente do que voce é ou viva, hoje. Lourdes Dias.

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