Algumas noites atrás, acordei super assustada com muitos gritos na rua. Fui ver se poderia ajudar alguém de alguma maneira, e pude. Estava uma gangue de jovens chutando outro jovem caído no chão. Fiquei tão nervosa e não cochilei, fui lá para salvar o jovem das mãos dos outros.
Eles gritavam que estavam espancando-o pelo fato dele ter entrado no bairro deles para roubar, e isso eles não admitiam.
Nem me preocupei com o que poderia acontecer comigo, mas o fato é que à medida que fui chegando os últimos que estavam espancando o jovem saíram.
Meu marido me chamou e não deixou que eu cuidasse das feridas do jovem machucado, mas se ele deixasse, eu até isso faria. Mas obedeci.
Alguém o recolheu um conhecido nosso que é tido como esquizofrênico, cada vez mais chego à conclusão que loucos somos nós, isso sim, pois o tido como “louco” foi o que socorreu o coitado ferido. Pois é...
Pedi ao Alfredo que chamasse a polícia ou uma ambulância para socorrer o menino, mas ele disse que era coisa de drogados e que ele não queria nos envolver. Medo...
Mas fiz a minha parte, não deixei que matassem o pobre coitado. Fiquei compadecida, penalizada e tudo o mais, mas fiz somente o que me foi permitido fazer.
Estou feliz por ter salvo uma vida.
Agradeço ao Senhor todos os dias, porque o Senhor é bom e ainda tem pessoas, mesmo esquizofrênicas, que ainda fazem o bem.
Abraço. Lourdes Dias.
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