quinta-feira, 1 de outubro de 2009
FENÔMENOS:
Um fenômeno ou sei lá que nome podemos dar a isso que está acontecendo em nossa Igreja Católica. O que temos visto é que cada vez mais o leigo está ocupando seu espaço dentro dela. Isso é bom e necessário, já que o rebanho está aumentando e os pastores são poucos. Mas como faço parte de uma família totalmente ativa na Igreja, estou observando o que com isso tudo?
Não somos preparados para enfrentar os problemas cada vez maiores que estão surgindo principalmente nas famílias. Não temos estudo de acordo, como os sacerdotes têm, e isso dificulta bastante o cuidarmos das dificuldades dos outros sem criarmos problemas dentro de nossas próprias casas.
Sei que a Igreja somos todos nós e que todos temos que participar cada um contribuindo com sua parte, mas os sacerdotes estão participando cada vez mais ativamente em coisas que um leigo pode fazer muito bem e até mesmo melhor que eles, e nós que temos família para cuidar estamos assumindo papéis que somente os sacerdotes podem e devem ter.
Está existindo uma inversão de papéis como o que está acontecendo em tudo na humanidade. Mães ocupando lugar dos pais. Filhos assumindo lugar de pais e vice-versa. Estamos passando por uma época um tanto caótica, mas temos que recolocar os pingos nos “issss” se queremos que as coisas entrem novamente em ordem.
Sei que os leigos devem estar engajados na Igreja, mas assumir papéis que não são os nossos está prejudicando nossas famílias. Na verdade, estamos vestindo um santo e desvestindo o outro. Tipo assim: sabe o pastor que ao invés de deixar seu rebanho que no nosso caso são as nossas famílias, estamos deixando-as desprotegidas para proteger a dos outros. E lá vem alguém graças ao bom Deus para proteger a nossa. Mas será que no final de tudo isso, alguém ou algumas famílias não ficarão a descoberto?
Conheço muitos de nós que dão literalmente seu sangue e sua vida pela Igreja, e tenho uma admiração enorme por eles, mas está acontecendo isso: estão cuidando da casa do outro e sua casa está abandonada.
Tenho a tal maternidade espiritual e isso parece genético aqui em nossa família, mas vejo-me totalmente despreparada, e vejo os meus parentes totalmente despreparados para a luta, e quem está perdendo com isso? Nossas famílias.
Na verdade não estamos nem conseguindo dar conta da formação dos nossos e ainda nos preocupamos com a formação dos outros.
Penso que para sermos bons formadores, devemos começar por nós e por nossa casa.
E se não formos verdadeiramente bem formados para assumirmos as funções fora de nossa casa, nossa casa ruirá, e isto está acontecendo literalmente. Nossas casas e famílias estão em ruínas. Não estou sendo pessimista não, estou somente constatando fatos, e contra fatos? Não há nenhum argumento.
Sei que temos imenso prazer em servir o Senhor fora de casa, é muito agradável, mas o deixar os nossos para que os lobos se alimentem deles está errado.
Jesus o Bom pastor, deixou as noventa e nove bem cuidadas para depois ir atrás daquela perdida. Nós estamos deixando os nossos descuidados, e indo atrás das outras, mas parece-me que não está dando muito certo. Se não formos devidamente preparados, já perdemos a batalha, creio eu. Pelo menos aqui em nossa família as coisas estão acontecendo assim, por puro despreparo.
Isso de capacitar os incapacitados, a vida e o Senhor fazem isso, mas estamos numa batalha e não podemos correr o risco de perder nenhum, muito menos os nossos.
Vamos ter que fazer mais cursos como os sacerdotes fazem. Vamos ter que estudar não somente a Palavra de Deus, mas estudarmos o ser humano como um todo e somente a partir daí, arregaçarmos as mangas e lutarmos, caso contrário acredito que organizar nossa casa, nosso pedaço e o pedaço do irmão, está um pouco fora de cogitação, isso a meu ver.
Isso sem contar que temos filhos para cuidar e responsabilidades dentro da comunidade, e o Sacerdote é formado somente para cuidar de nós sem que tenha esse tipo de preocupação, com filhos quero dizer.
Se cada um fizer o seu papel direitinho, todos nós chegaremos bem no final.
Paz e Bem! Lourdes Dias.
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