segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO.


Estive pensando muito sobre isso: como fazemos nossas escolhas para casarmos?
Tive várias respostas: pela aparência, posição social, inteligência, essas são escolhas superficiais, digamos assim.
Existem outras escolhas: pelo instinto, por gostar do cheiro da pessoa, coisa do inconsciente, coisa do ser humano natural ou animal.
Mas no aspecto afetivo, como fazemos nossas escolhas?
Cheguei a muitas conclusões pessoais, depois de ter lido muito sobre isso.
Penso que a mão ou as mãos que balançam nosso berço, são as responsáveis por nossas escolhas.
Exemplos: nossos primeiros amores são nossos pais e na ausência deles, as pessoas que cuidam de nós: babás, pessoas das creches, parentes próximos, como nossos irmãos, coisas assim. Sejam lá quais forem as pessoas que cuidaram de você e de mim, essas são as pessoas que nos marcarão pelo resto da vida e serão responsáveis por nossas escolhas, sejam elas certas ou não.
Se temos pais mais ou menos equilibrados, escolheremos parceiros assim, bem parecidos com eles, digo pais mais ou menos, pois não existem pais e pessoas equilibradas. Todos nós erramos, e todos nós trazemos algo de desequilíbrio ou fora de ordem em nós mesmos. Ninguém é perfeito, graças a Deus, pois que chato seria conviver com pessoas perfeitas. Alguns são perfeccionistas, e esses também não são muito fáceis da gente ficar perto, mas tudo bem. Nada de mudar de assunto, rsrsrs.
Penso nas mãos que balançaram meu berço. Filha de pais de muitos filhos, muitas gestações, quatorze gestações, contando com a minha e quatorze irmãos, sendo que depois de quatorze filhos naturais, meus pais adotaram o Francisco Carlos, o décimo quinto.O que foi algo fantástico, diga-se de passagem. Meus pais tem alma generosa de verdade.
Quem balançou meu berço segundo me disseram foram meus irmãos: Izabel, a mais velha e João Bosco, mais velho alguns anos que eu. Se isso for verdade... Minha irmã mais velha passou a ser o centro de minhas atenções e afeto, e meu irmão de apelido Gatão, foi quem cuidou de mim. Então quais são minhas primeiras referências afetivas? Minha irmã e meu irmão.
Minha irmã formou minha personalidade. Era uma pessoa dura, chegava a ser até um pouco sargentona, digo isso brincando, porém sendo pura verdade. Ela substituiu em minha alma o perfil materno. Do lado paterno, se for verdade que o Gatão cuidou de mim, aí está toda a explicação da escolha de meu companheiro. Como somos parecidos em nossos relacionamentos, eu e meu irmão gatão, daí veio a resposta que tanto buscava.
Conclusão: aqueles que cuidaram de mim, ficaram tão marcados em meu subconsciente que minhas escolhas se fizeram a partir daí. Muito interessante!!! Agora fico pensando do porque dessas escolhas e quando é que nos tornamos divididos e esquizofrênicos em nossas vidas? A palavra esquizofrenia vem de divisão. Divisões em nosso ser, divisões em nossa mente e alma. Divisões em nossa capacidade de escolhas. Vem daí! Não fazemos escolhas conscientes, mas sim a nível do inconsciente e muitas pessoas que caem em si parece que já é tarde para fazerem a escolha certa, pois já fizeram suas escolhas e pagaram preços talvez altíssimos por isso.
Mas e as crianças e bebes criadas por creches? Pois é... É algo para gente pensar bem. Lá em creches nem sempre são as mesmas pessoas que embalam nosso berço. Lá temos pessoas de todas as cores, digo, de todas as raças, religiões, formações morais diversas, e é nesse ambiente que deixamos nossos bebes. Podem até serem pessoas muito capacitadas, mas o bebe precisa de cuidados especialíssimos e isso não pode ser dado devido ao número de crianças. São muitas as crianças para serem cuidadas e por melhores profissionais que sejam, nunca saberão cuidar do bebe como os pais o fazem.
Lá muitas vezes são maltratadas ou não é dado as crianças o cuidado que nós enquanto mães, por pior que sejamos, procuramos dar a nossas crias, digamos assim. O cuidado maternal que é próprio de nossos instintos naturais. Numa creche, por melhor que ela seja, a criança não é única. O que é uma pena. Pois bebes precisam de amor. Precisam de colo, muitas vezes precisam do colo e seio materno, e babás, nunca poderão dar o seio, a não ser que estejam amamentando também, né mesmo? Então? Quando a criança somente quer ser amamentada e colocada ao colo, mas você tem mais algumas dúzias delas querendo o mesmo, o máximo que pode acontecer, é que uma seja a privilegiada, com o tal colinho e as outras ficam chupando o dedo, literalmente falando. Pois chupar o dedo, sempre significa falta de algo que não sabemos o que é.
Então, o quanto as mães trabalharem fora, pode não ser benéfico para nossas crianças. Nossa autonomia tem um preço muito alto para nossos filhos. Daí nossos filhos tornam-se rebeldes e nem sabemos onde está a causa. Tornam-se drogados e queremos respostas. Onde foi que erramos?
Essa é uma das dicas: saiba: quanto pequenos precisamos de todo tempo disponível de nossas mães e na ausência delas, o tempo disponível de alguém. Esta disponibilidade e carinho, ao cuidar de nós, formará nosso caráter e nossa personalidade. Sei que não existe perfeição, mas o tentarmos criar nossos filhos o mais sóbrios, em ordem e equilibrados possível, é nossa missão mais importante enquanto pais. Sei que algumas doenças vêem de muitas causas, aqui só expus uma delas, mas existem vários fatores que nos levam a cometermos erros na criação de nossos filhos.
Como consertar isso? Muita oração de cura interior. Muita psicanálise ou acompanhamento psicológico e sobretudo e o mais importante, mostrar a eles o quanto os amamos e quanto procuramos acertar em nossa missão de educá-los. Mostrar que erramos por não haver quem nos mostrasse a luz no fim do túnel. Está em tempo de mudanças. O importante é a qualidade do tempo que damos a nossos bebes. Mas enquanto bebes eles precisam de QUANTIDADE e QUALIDADE de vida. Coisa que nós enquanto pais temos a OBRIGAÇÃO de dar. Se somos pais, é para que possamos dar TODA NOSSA VIDA e não PARTE DE NOSSA VIDA a nossos filhos.
Por isso pensem bem antes de ter filhos. Não é lá uma tarefa muito fácil e requer uma grande dose de sacrifícios, por amor a eles. Abrir mão de sonhos e realizações pessoais é uma das coisas que devemos estar dispostos a fazer por eles.
Afinal eles não pediram para nascer, não é mesmo? Então! Mãos-à-obra. E boa sorte!
Somos filhos amados do Pai. Devemos amar assim nossos filhos também. Como somos cuidados e amados por nosso Pai Celeste.
Amém? Amém.
Lourdes Dias
29/07/2009: 07:11 horas.

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