Uma vez rezei por minha mãe. Ela é tão sábia, mas ao mesmo tempo tão dócil à ação do Espírito Santo que permite que eu, sua filha, que nem sou digna de desatar as sandálias de seus pés, imponha as mãos sobre ela e reze pedindo a Deus, que uma santa torne-se cada vez mais santa. Rsrsrs... Essa é minha querida mãe Margarida Maria. Nome de duas flores.
Neste dia em que impus minhas mãos sobre ela, tive uma visão que não consegui entender imediatamente: “Vi uma terra árida com uma flor branquinha no centro e plantada neste chão.” Coloquei essa visão para ela, para ver se tinha algum discernimento sobre isso. Também não sabia. Mas disse que aquela flor era ela, e que por ser branca, simbolizava com certeza a pureza de sua alma. Ela sempre se achou a pior das criaturas da face da terra e não queria aceitar isso, mas não disse nada, sei disso por conhecê-la bem, tamanha humildade.
Mas com o decorrer de muitos anos, fiquei sabendo sobre a tal flor de lótus, li que ela nascia no lodo, ou num terreno considerado feio, digamos assim, sujo, mas ela é branca, linda e bem delicada também. Daí me veio à mente a imagem de minha mãe. Deduzi que apesar de todos os sofrimentos enfrentados por ela, conservava em si a beleza, a pureza e a simplicidade dessa flor. Mãe maravilhosa concordam comigo?
Tão idosa e tão sofrida, porém uma vencedora. Vencedora em Deus, e alguém que nunca desistiu de buscá-Lo, mesmo nas situações mais difíceis de sua vida.
Eita mulher de ferro! Mas também tão suave e doce quanto essa flor.
Minha mãe deveria ao invés de flor Margarida, Flor de lótus. Lindo nome!
Abraço. Lourdes Dias
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