sábado, 12 de junho de 2010
INTIMIDADE: INTERNET
Assistindo um programa de TV que falava sobre o “por que” as pessoas às vezes interessam-se mais por pessoas à nível de relacionamento virtual, do que por aquelas com quem convivem diariamente?
Uma das causas indicadas por pesquisas é a intimidade.
Sem procurar em nenhum dicionário, mas intimidade para mim significa: conhecer intimamente alguém ou deixar-se conhecer intimamente.
Segundo as pesquisas, sexo não é a prioridade das pessoas. Sejam elas quem forem.
Mas por que nos tornamos íntimos de “estranhos” e não dos nossos?
Penso que quando decidimos namorar ou conviver com o outro, temos a expectativa de que como uma caixinha de surpresas, sejamos surpreendidos pela abertura gradativa, gradual, pouco a pouco, dos sentimentos, pensamentos, modo de ver a vida, o porque da pessoa ser e pensar como pensa e sente. Isto no meu simples modo de ver, sem generalizar nada. Isto é pessoal.
A intimidade nos aproxima muito mais do que nos afasta. Mas no dia a dia, temos dificuldade em expressar nossos sentimentos. Talvez medo de não sermos amados ou aceitos como somos ou estamos naquele momento.
Mas de uma coisa estou certa: quando estamos diante de uma pessoa que é alguém hermeticamente fechado, dificilmente estabeleceremos laços de intimidade, pois como sermos íntimos de alguém que não quer isto? A caixinha de surpresa que somos nós tem que ter uma surpresa para as pessoas a cada dia. Assim a pessoa terá prazer em conhecer o novo que existe em todos e em cada um de nós. A novidade desperta a curiosidade que está em nós, seres humanos, e a partir da curiosidade, travamos conhecimento e nos relacionamos.
Penso que podemos sentir uma certa atração por alguém e na medida que o conhecemos nos decepcionarmos, por não corresponder às nossas expectativas, mas creio também que isto acontece muito raramente, pois nós temos uma tendência a amar as pessoas muito mais por suas fraquezas e fragilidades, que por suas qualidades. Quando descobrimos que tal pessoa age de tal forma por ser frágil, ferida e coisa e tal, nós amamos muito mais. Pois qualidade, é muito mais fácil de se ver do que os defeitos e fragilidades. Comigo? Quase sempre amo e dou preferência pelos mais frágeis e feridos na alma, tipo o amor de Jesus por todos e por cada um. Tento ser assim, mas nem sempre consigo, mas tentar? Eu tento.
Quanto à Deus? Penso que a intimidade com Ele seja quase da mesma forma como a de nós humanos, com uma pequena ou grande diferença: para Deus não existe expectativa ou surpresa em relação a nós, pois nos conhece integralmente, mesmo antes de sermos gerados. Deus sabe como seremos quando estivermos terminados. Aliás!!! Somente Ele sabe disto. Ele nos vê completos, acabados. Pois a obra que somos nós e que é Dele, Ele não deixa por fazer.
Expectativas de Deus em relação a nós? 0 (zero) nenhuma, nenhuma.
Desapontamentos de Deus em relação a nossas atitudes? 0 (zero).
Caixinha de surpresa para Deus? Não.
Somos caixas de surpresa para os outros e para nós, pois não nos conhecemos inteiramente, mas Deus nos conhece assim: totalmente.
Por que muitos relacionamentos terminam? Penso que um dos motivos seja este, pois não amamos quem não conhecemos e se a outra pessoa não se permite conhecer, é uma caixinha de surpresas sempre bem fechada, dificilmente amaremos tal pessoa. Podemos conviver e conviver anos a fio, mas amar é impossível.
A amizade ou o convívio virtual, desbloqueia, nos deixamos conhecer, e conhecer o nosso melhor e talvez até nosso pior, mas as pessoas normalmente gostam do que vêem: seres humanos, tão humanos quanto elas. Isto forma laços até maiores que quando convivermos cara a cara, digamos assim. O fato de nos deixarmos conhecer pelo outro é que nos faz íntimos.
Com Deus, já que nunca O surpreenderemos, nossa intimidade acontece a partir de conhecermos a Ele passo a passo e a cada dia. Deus sim é uma grande caixa de surpresa para nós. E a intimidade se forma durante cada segundo que vivemos. Isto se quisermos, claro.
Forte abraço. Lourdes Dias.
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Oi, Lourdes
ResponderExcluirConhecer é realmente o combustível que nos move e o outro é fundamental nesse processo.
Quem é o outro? Quem sou eu? São duas metades que se completam? Sem o outro, como me enxergar? Quem seria minha referência?
Nós somos, pensamos o que os outros pensam, pensaram. Nós fomos feitos a partir de bilhões de outros.
Jesus Cristo é o outro, que tenta formar conosco um só. A dificuldade que temos hoje é de vê-lo. Se pudéssemos vê-lo, seria tão mais fácil espelhar-se nele. Como ele é referência para o mundo, todos estão esperando por ele. O nosso problema vai ser descobrir em meio a bilhões quem é ele. A verdade é que não sabemos quem é ele. Se soubéssemos, então nos tornaríamos ele. Porque ao final das contas alguém vai ter de tornar-se ele e ser reconhecido como tal.
Abraço!
Lourdes,
ResponderExcluiraparece o nome da Luana, minha filha, mas o comentário é meu Alceu (Tomai e Comei. Nasce aqui um novo reino.)
Obrigada pela visita! Forte abraço fraterno. Lourdes Dias.
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