quarta-feira, 22 de julho de 2009

PERDOEM A FALTA DE ESPAÇO...


Perdoem a falta de espaço fora e dentro de mim.
Essa deveria ser a frase mais colocada em nossas orações, ao rezarmos o Pai-Nosso. Pedir ao Pai que nos perdoe, ou me perdoe, por não dar espaço ao irmão, ao outro em meu coração.
Sei que o outro precisa de espaço para crescer, como uma plantinha que precisa de ar e água para sua sobrevivência.
Mas o que vem a ser em meu modo de ver, dar espaço para o outro dentro de mim?
Primeiro: deixar que o outro cresça em minha alma e em meu coração. Permitir que o outro seja simplesmente quem ele é, e não o que eu gostaria que ele fosse.
Aceitar em meu coração o outro tal e qual ele é, sem tentar mudar nadinha, mas nadinha mesmo.
Puxa! Que difícil isso!!! E é mesmo. Aliás, crescer e deixar o outro crescer é uma tarefa e um exercício muito complicado e árduo. Embora devesse ser algo natural e simples, mas não sei quem foi o abençoado (a) que colocou em nossa mente que deveríamos mudar os outros, se aceitar as pessoas como são deveria ser simples e não complexo.
Alguém incutiu em nós uma mentira, essa mentira muito grande, a de que deveríamos ou poderíamos mudar as pessoas, isso é coisa do demo. Ninguém muda ninguém. As pessoas são o que são e ponto. São o que são e pronto. Qualquer tentativa de mudarmos o outro, incorre no risco de sufocá-lo, daí a falta de espaço, a falta de ar para a plantinha e para os nossos.
É muito comum fazermos isso com nossos filhos: SUFOCÁ-LOS, impedindo-os de serem quem são. Impedimos que marquem gols... Impedimos que errem os gols... Impedimos que acertem na trave...
Mas quando é que impedimos que nossos filhos marquem gols?
Fazendo coisas para eles, coisas que eles podem e devem fazer, pois sabem fazer muito bem, até melhor que a gente. Isso os impede de crescer. Impedimos a plantinha de seu ser criança, de crescer.
Impedir que os filhos errem os gols. Como fazemos isso?
Não permitindo que nossos filhos cometam erros, mesmo que sejam graves. Escondendo deles a verdade sobre a vida, sobre a morte, sobre a solidão, sobre o bem e o mal...
Simplesmente super protegendo-os. Grandes males cometi e cometo até hoje em casa com todos os meus entes queridos, não deixo que vivam... A tal neurose de não viver e não deixar que o outro, ou os outros vivam,lema dos Alcoólicos Anônimos. Aliás esse deveria ser um tema das cartilhas de todos os pais, embora para sermos bons pais, ninguém colocou nenhuma cartilha. Cada filho tem seu jeito de ser muito especial. Nenhum filho é igual ao outro. Não existem pessoas iguais, mesmo aquelas geradas por nós e em nós. Daí cada filho necessita de um cuidado ou espaço especial. Mas o descobrir isso cabe a cada um de nós, pais. Tarefa não muito simples, mas possível.
Precisamos amar mais nossos filhos. Eles tem isso por direito. Direito do estatuto da criança, direito vital.
Quando impedimos que nossos filhos, errem os gols, ou acertem na trave, os impedimos de viver, de respirar, pois a vida é feita justamente de erros e acertos.
E nossos filhos são capazes de conviver com seus erros e acertos, sim.
Não somos pais perfeitos. Nem famílias perfeitas. Nem temos filhos perfeitos. Graças ao bom Deus, pois senão seríamos anjos e não pessoas. Mas felizmente somos gente e erramos muito.
Quero inserir em minha oração do Pai-Nosso, o perdoai nossas ofensas. Perdoai Pai minha ofensa, por não ter sabido dar o espaço necessário às pessoas a quem amo, principalmente aos meus filhos e aos meus mais próximos. Perdoe-me Pai por não ter sabido respeitar o espaço do outro e os reprimi, pensando estar fazendo-lhe o bem.
Pensei errado, me perdoe, Pai do céu. Sei que cometi e ainda cometerei muitos erros como mãe, esposa, filha, nora, tia, prima, irmão... mas quero ser melhor.
Dá-me essa graça, dá-me Sua Graça. A graça de me tornar alguém melhor a cada dia.
Perdoe-me meus fechamentos egoístas. Perdoe-me por fechar-me em mim mesma, sem me preocupar com a necessidade de espaço do outro.
Oprimi muitas vezes e fui oprimida outras tantas vezes. Perdoo e peço perdão.
Perdoem a falta de espaço, dentro de mim.
A falta de largueza dentro de mim.
A falta de tempo e de amor dentro de mim, para você, que tanto necessita disso.
Sou necessitada disso também. Também preciso desse espaço dentro de você, para que eu possa ser verdadeiramente inteira e feliz.
Obrigada, meu Senhor e nosso. Obrigada. Tú sabes tudo, sabes que Te amo, Jesus.
Amém.

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